Em um belo dia de verão eu andava e... Mentira, tava chovendo e eu usava um shorts e uma blusa de manga curta quase chorando, porque faltava 10 quarteirões sem nenhum toldo pra me esconder da chuva por alguns segundos. Tropecei centenas de vez e de repente.. BOOM! Cai no chão, eu escorreguei e cai de bunda. Eu fiquei ali, sentada e parada, rindo e quase chorando falando mal de mim mesmo em minha cabeça. Não queria levantar de jeito nenhum, queria ficar ali até a chuva passar e eu me secar, mas infelizmente eu seria sequestrada, assaltada ou sei lá. O centro é um lugar muito traiçoeiro, tem lá suas belezas, porém naquele horário e com aquela chuva, todas as belezas somem e a corrupção de traficantes, cafetões e prostitutas tomam cada centímetro dos quarteirões com boates ou bares, ou seja, tudo. Imaginava que um dia aquilo iria melhorar, mas tudo parece tão corrompido pelo toque das sombras que talvez nunca mude, a noite pertence aos traficantes e o dia as belezas que parecem estar intactas.
Me levanto com dificuldade, pois minha bunda doía muito. Começo a andar e tropeço de novo, mas fico em pé dizendo palavrões xingando o buraco na calçada. Enquanto eu, tão pequena andando por aquelas ruas, imaginava o quão grande era o espaço que a maldade ocupava, o mal não rasteja mais ali no centro, ele anda rápido, quase corre, ocupa espaços e mais espaços, onde os boêmios e bêbados tristes com seus copos de cerveja ficam ali sentados em bares, esperando uma das garotas dos grandes cafetões desfilarem em sua frente pra prestar serviços. Tenho medo do que acontece durante a noite, porém não tenho medo de atravessar as ruas e virar as esquinas que pertencem a toda corrupção de traficantes, cafetões e prostitutas. Eu não tenho medo de cair, tenho medo que me derrubem.
Taci,
ResponderExcluirseu texto está ficando muito bom! O começo, com a história da mentira, fazia um dai horrível, é bem legal, fiquei imaginando um texto inteiro construído assim. E sua queda está bem descrita, cair é muito chato.
Aí você começa a falar do centro e de uma oposição claridade escuro, e você está caída num dia de chuva, então é normal falar do escuro. Cuidado aqui para não generalizar, olhe o que você vê de verdade, e não grandes imagens muito gerais. como são as pessoas feias, ou tristes ou deprimentes do centro? Não falo de empregos ou estereótipos, mas de pessoas indivíduos.
O final, você levantando, pequena e manca diante de tudo que é ruim é bem legal, e a história do medo também, mas apareceu ali de repente, ficou meio desconectado. que tal como última frase: não tenho medo de cair?
Luana.
gostei do novo final.
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